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Sem indenizações, agricultores bloqueiam Transamazônica e impedem trabalho em Belo Monte

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Cerca de 70 agricultores das comunidades do Travessão do 27, Pena, Vila Rica, São Francisco, Senec, Cobra Choca  e outros, localizadas na altura do km 27 da Transamazônica entre Altamira e Marabá, trancaram a rodovia na manhã desta quarta, 13, impedindo o acesso dos cerca de 5 mil operários dos canteiros da usina de Belo Monte.

Há cerca de oito meses, as mais de 200 famílias das comunidades da região entre os dois canteiros de obra – Pimental e Belo Monte – foram contatadas pela Norte Energia, empresa construtora da usina, para o início das negociações de indenização, uma vez que grande parte das áreas será ocupada pelos canais ou pelo próprio reservatório da hidrelétrica. Alegando que as terras não serão totalmente utilizadas pela obra, porém, a Norte Energia cancelou a indenização de parte das famílias, argumentando que só pagaria pelas áreas que vier a ocupar.

De acordo com as lideranças das comunidades, as famílias não aceitam desapropriações parciais nem o cancelamento das indenizações, e pretendem manter o bloqueio dos acessos às obras até que as reivindicações sejam atendidas pela empresa. Demais veículos estão sendo autorizados a passar pelo bloqueio, que não sofreu repressão policial.

Por volta das 11 h da manhã, uma delegação liderada pela Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) veio para Altamira para negociar com a empresa.

Apesar de não ter relação como encontro Xingu +23, que começa nesta terça e reúne cerca de 400 atingidos por Belo Monte na comunidade Santo Antonio (altura do km 50 da Transamazônica), os organizadores do evento afirmaram  apoio à ação.

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