Caminhada e faixa humana no Fórum Social Panamazônico

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Nessa sexta, 26,  segundo dia do Fórum Social Panamazônico,  foi organizada uma faixa humana na praia em frente à Praça São Sebastião, em Santarém, formada por 700 jovens de diversas escolas estaduais de Santarém. Juntos, eles formaram a imagem da indígena Yara segurando uma cuia, em frente ao rio Tapajós. Tecidos na cor verde exibiam a mensagem “Rios Vivos”.

Por volta de 11h20, um satélite sobrevoou o local e fotografou o desenho do espaço. Ao mesmo tempo, outras ações como essa ocorreram em mais de 188 países, em uma manifestação pública global contra a crise climática organizada pela 350.org.

Antes de formarem a imagem no chão os jovens, mobilizados pela União de Grêmios Estudantes Livres (UGEL), realizaram uma caminhada pacífica contra a construção de usinas hidrelétricas na Amazônia. “A mensagem ‘rios vivos’ é global e veio totalmente de encontro com o apoio da juventude de Santarém, que compreende esta mensagem e se posiciona a favor de formas bem menos destrutivas para geração de energia”, afirma Christian Poirier, da campanha Brasil da Amazon Watch.

Caminhada contra hidrelétricas
Durante a caminhada, que começou às 10h30, estudantes levantaram faixas com diferentes frases, como “desenvolvimento sim, de qualquer jeito não”, “rios vivos pela vida dos povos da floresta”, “nossa juventude não apóia hidrelétricas na Amazônia” e “não a grandes hidrelétricas, sim a energias alternativas”.

“O desenvolvimento econômico precisa ser sustentável. Será que tantas barragens são mesmo necessárias? Que tal se, no lugar de investimentos bilionários em hidrelétricas o governo fizesse investimentos bilionários em educação? Afinal, se o Brasil deve crescer, precisamos nos lembrar que países desenvolvidos chegaram a este ponto porque investiram em educação”, afirma Tiago dos Anjos, de 20 anos, fundador da UGEL.

Petição
Antes da caminhada, estudantes de Santarém se mobilizaram para recolher assinaturas para uma petição encabeçada pelo Movimento Xingu Vivo para Sempre (MXVPS) contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Se construída, a usina vai desviar e secar o Rio Xingu em um trecho de 100 quilômetros em uma região conhecida como Volta Grande, o que deixará povos indígenas, ribeirinhos, populações extrativistas e agricultores familiares sem água, peixe e meios de transporte. Além disso, vai inundar uma área de 668 quilômetros quadrados, inclusive parte da cidade de Altamira, o que inevitavelmente acarretará em perda da biodiversidade, aumento de doenças como a malária, emissões de gases de efeito estufa e outros graves problemas socioambientais.

A petição também está online, pode ser assinada via site do MXVPS e será formalmente entregue ao presidente Lula, além dos  presidentes do IBAMA, da FUNAI, do BNDES e do Tribunal Regional Federal da 1a Região.

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