Nos dias 9 e 10 deste mês, ocorreu em Altamira uma reunião para constituir o Comitê Gestor Indígena da Funai, responsável pelo acompanhamento de todas as atividades do órgão na região do Médio Xingu, e pela definição do plano plurianual de investimentos de 2012 a 2015. Entre as funções do Comitê Gestor, estão a aplicação e a fiscalização dos recursos destinados a projetos de desenvolvimento das aldeias, como infraestrutura, capacitação, serviço social e principalmente proteção territorial.
Durante a reunião, a Funai foi duramente criticada pela não aplicação de quase 50% do orçamento atual, de R$ 161.000,00, e pelo fato de que parte dos recursos se constituiu de repasses da Norte Energia. Segundo Sheyla Juruna, liderança indígena do Movimento Xingu Vivo para Sempre, um dos maiores problemas é que o dinheiro tem sido aplicado de acordo com as chamadas “listas de compras” apresentadas à Funai/Nesa – as aldeias tem encaminhado pedidos de itens considerados necessários, como alimentos, gasolina, equipamentos, etc -, e que as aldeias não têm tido acesso aos recursos para investimentos autogestionados.
“Os parentes como sempre ligam as ações da Funai as medidas emergenciais da Norte Energia, e durante toda a reunião argumentavam a falta de responsabilidade da empresa em cumprir com os pedidos da comunidade. Isso tem causado a revolta dos parentes. Após muitas reclamações e falas importantes dos Xikrin contra Belo Monte, e muitas ameaças de revolta contra NESA/FUNAI, foi encaminhado um documento expressando a revolta dos parentes,solicitando uma conversa com representantes do governo, e uma carta a ser encaminhada ao governo”, explica Sheyla.
Veja abaixo documento elaborado após a reunião:
Carta Aberta dos Povos Indígenas do Médio Xingu
Nós povos indígenas do Médio Xingu, reunidos em Assembléia Geral na cidade de Altamira nos dias 08 a 11 de Novembro de 2011, vimos por meio desta manifestar o nosso descontentamento com o rumo que a política indigenista vem tomando em nosso País nos últimos dias, sobretudo em nosso caso específico sobre a construção da Hidrelétrica de Belo Monte. As condicionantes relacionadas ao nosso povo não estão sendo cumpridas pelo governo, e mesmo assim as obras continuam avançando sem considerar isso. As oitivas indígenas que nunca aconteceram e o STF no último julgamento da ação do MPF deu causa ganha para o governo sem ao menos nos ouvir, não fomos ouvidos sobre a construção e nem no processo deste julgamento.
Com todas essas coisas ruins acontecendo contra o nosso povo, o governo ainda decreta uma lei, mais uma vez sem nos consultar prévia e informadamente, contra as demarcações das terras indígenas, colocando estados e municípios tradicionalmente inimigos dos povos indígenas para participar do processo de demarcação que só pode iniciar com autorização da própria presidente Dilma Roussef, ao mesmo tempo em que cria uma comissão no Congresso Nacional para discutir a liberação de mineração em terras indígenas e cria outra lei de morte para os povos indígenas do Brasil que facilita a implementação de grandes empreendimentos em áreas indígenas, diminuindo a área de influência dos impactos destes empreendimentos.
Não bastando essas violações de nossos direitos, ainda estamos inseridos em um processo injusto de listas de compras com a Norte Energia S.A onde nosso direito de escolher o que queremos não é considerado pela FUNAI e nem pela Norte Energia. Precisamos convencer a FUNAI de nossas necessidades e nos submetermos a todo tipo de humilhação para termos nossos direitos respeitados.
Tendo em vista esta situação caótica em que vivemos no lugar onde está prestes a se concretizar a maior obra do PAC do governo Dilma Roussef , a terceira maior hidrelétrica do mundo “Belo Monte”, onde nossa continuidade como povos originários deste território está sendo seriamente ameaçada. Portanto, reivindicamos a presença do Presidente da FUNAI, Márcio Meira, do representante da Casa Civil, do MPF,do MPE, da Defensoria Pública, do IBAMA, da Norte Energia, do INCRA, da ELETROBRAS para uma reunião em Altamira no dia 25 de Novembro de 2011, de acordo com o que foi acordado com a Sra. Rosângela Barros, assessora do presidente da FUNAI , com as lideranças e guerreiros de todas as trinta e quatro aldeias e as associações indígenas da região de Altamira, que anseiam por soluções aos problemas provocados pelo empreendimento de Belo Monte, exigimos explicações pelo não cumprimento das condicionantes e da garantia dos nossos direitos constitucionais por parte dos órgãos de governo responsáveis e Norte Energia S/A.
É bom saber que os indígenas sabem dos seus direitos e incabível saber que seus direitos não são respeitados. E ainda assim,vale lembrar que a capacidade mínima da usina será de 11.233,1 megawatts, gerando apenas 40% de sua capacidade total, ou seja, um aproveitamento de 30% menor que a média de outras usinas hidrelétricas brasileiras que operam mais de 3 mil MW. Cara, a usina irá atender apenas a uma demanda de uma cidade com 26 milhões de habitantes, o equivalente a região de São Paulo. E mesmo assim, envolve muitas coisas como a questão ambiental, mas o principal de tudo é a questão indígena, portanto, é preciso sim questionar a forma antidemocrática que esse projeto vinha e vem sendo conduzido.
Nojo da "democracia" desse país. Nojo, nojo, nojo. No que eu puder fazer e ajudar, eu farei! Sem exitar!
ACHO QUE DEVERÍAMOS FAZER UMA PASSEATA CONTRA ESSA BAIXARIA CHAMADA "BELO MONTE".
Concordo com a passeata , entretanto, somado a este problema sério de Belo Monte, temos muitas passeatas a realizar. O povo brasileiro não merece a corja politica em todos as suas funções, seja Legislativa , Executiva ou Judiciária ( pois nesta também existe problemas sérios, poucos são os Magistrados que atuam de forma a humanizar o direito). Temos que questionar nossa carga tributária, temos que rever o numero de "parlamentares", para que tantos? Seus salários absurdos? Ou seja, o Brasil precisa mudar muito.
Concordo com o Ralpho. E devemos fazer passeatas em todas as cidades possíveis, para mais pessoas poderem nos ver e se juntarem!
É bom saber que os indígenas sabem dos seus direitos e incabível saber que seus direitos não são respeitados. E ainda assim, vale lembrar que a capacidade mínima da usina será de 11.233,1 megawatts, gerando apenas 40% de sua capacidade total, ou seja, um aproveitamento de 30% menor que a média de outras usinas hidrelétricas brasileiras que operam mais de 3 mil MW. Cara, a usina irá atender apenas a uma demanda de uma cidade com 26 milhões de habitantes, o equivalente a região de São Paulo. E mesmo assim, envolve muitas coisas como a questão ambiental, mas o principal de tudo é a questão indígena, portanto, é preciso sim questionar a forma antidemocrática que esse projeto vinha e vem sendo conduzido.
Vamos fazer uma passeata nacional, em todos os Estados, num dia de domingo para que todos possam paticipar…
Danyelle Monteiro
O povo brasileiro diferentemente dos hermanos argentinos, é muito pacífico, chega de tantos erros, corrupções, ladroagens , política baixa, realizarmos passeatas é uma formula democrática de mostrar para esses profissionais da política verem que ninguém agüenta mais , chega de Famílias que se perpetuam no Poder ao longo de nossa história , chega de Estados dominados por estes políticos , chega de SARNEY, DOS MAGALHÃES . DOS CAIDOS, pelo amor de DEUS ACORDA BRASIL. Ah, quanto ao SUPREMO, POSSO DIZER QUE SUPREMO NO BRASIL SOMENTE O DE FRANGO, UM TRIBUNAL POLÍTICO QUE JOGA CONFORME OS MANDOS DO GOVERNO.
Eles não pensam no melhor do mundo, e sim no melhor do bolso deles.
PASSEATA CONTRA USINA BELO MONTE !