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Fórum de Defesa de Altamira convoca protesto contra Belo Monte na cidade

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Epicentro dos impactos da construção da hidrelétrica de Belo Monte, grande parte da cidade de Altamira deverá parar nesta quinta feira, 7, em protesto contra as inumeráveis violações de direitos cometidos pelos empreendedores da usina contra a população do município.

A partir das 8 h da manhã, o Fórum de Defesa de Altamira, que reúne mais de 30 organizações locais e nacionais (como a Prelazia do Xingu, Movimento Xingu Vivo para Sempre, Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Instituto Socioambiental (ISA), UFPA, movimentos de mulheres de Altamira e da região, organizações sindicais de várias categorias, entre outros), realiza um grande protesto contra Belo Monte que se concentrará na Praça da Bíblia e sairá em marcha pela cidade.

“Além de reforçarmos nosso repúdio a Belo Monte, a manifestação desta quinta tem duas demandas concretas: que o Ibama não conceda a Licença de Operação (LO) da usina, que permitiria o enchimento do reservatório e colocaria grande parte da nossa cidade debaixo d’água, e o cumprimento de todas as obrigações da Norte Energia para com os atingidos”, explica Antônia Melo, coordenadora do Xingu Vivo. Segundo ela, a informação de que a Norte Energia, responsável pela construção de Belo monte, não tem mais casas disponíveis para reassentar os moradores que estão sendo despejados, teria se confirmado. “O que ouvimos de atingidos e de defensores da União é que a Norte Energia está endurecendo a sua posição contra a população, e oferece apenas indenizações que não compram nem um barraco nos alagados. Algo em torno de R$ 50 mil, ridículo”.

Sem juiz federal há mais de um mês, Altamira sofre de um acúmulo de ações contra a Norte Energia, principalmente desde a chegada da Defensoria da União à cidade em caráter emergencial, para defender a população mais pobre contra desmandos da empresa. Segundo Antonia Melo, isto poderá mudar se se cumprir a promessa de chegada de um novo juiz a cidade em julho.

Fórum de Defesa de Altamira
A insatisfação com Belo Monte e os efeitos do projeto sobre a cidade não se restringe apenas às populações mais pobres, mas cada vez mais empresários e comerciantes têm se manifestado contra todo o processo. Nesse sentido, parte dos empresários da Associação Comercial e Agropastoril de Altamira declarou apoio à manifestação desta quinta, inclusive com apoio à produção de materiais de esclarecimento.

De acordo com Antônia Melo, este movimento é interessante no sentido de unificar um grupo maior de críticos à usina, o que há tempos não ocorria. “Veja a criação do Fórum de Defesa de Altamira (FDA), por exemplo. Aqui temos um grande número de organizações, mas estávamos todos trabalhando isoladamente, e a maioria da população não estava representada por nenhuma das organizações. Com o FDA, estamos repetindo uma experiência exitosa na região. Quando a Irmã Dorothy Stang e o sindicalista Dema foram assassinados, todos aqui ficaram com muito medo, ninguém tinha coragem de se manifestar. Então criamos o Fórum Popular de Altamira, para fazermos nossas lutas coletivas. O FDA está nesta linha, acredito que estaremos cada vez mais unificados na luta pelos nosso direitos”.

Veja abaixo os materiais do FDA

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