Reportagem publicada hoje pelo Estadão mostra que mais empresas estão desistindo de Belo Monte. Segundo o jornal, Galvão Engenharia, Serveng e Cetenco fizeram pedido formal para sair do consórcio Norte Energia. (O Globo, 25.05.2011).
Nos próximos dias, a Contern, do Grupo Bertin, fará o mesmo. O Estadão informa ainda que a J. Malucelli Construtora está disposta a se desfazer da sua participação, se houver interessado, e que a construtora Mendes Júnior também deverá deixar o consórcio. Isso aumenta a dúvida sobre se a obra será executada. Mostra também que a Vale entrou no consórcio de Belo Monte, substituindo a Gaia, do grupo Bertin, por razões políticas, e não por avaliação do custo-benefício e da rentabilidade do negócio.
O governo deve avaliar, de forma sincera, a hipótese de abandonar o projeto, que é ruim sob todos os pontos de vista, como temos falado aqui. Vale lembrar que esse consórcio foi montado no Palácio do Planalto, às pressas, com interferência direta do governo e sustentado nas estatais. À época, escrevi que o consórcio vencedor, que agora está se desfazendo, era o pior.
Todos os alertas feitos foram tratados como se partissem de ambientalistas radicais, quando, na verdade, há dúvidas de engenharia, do ponto de vista fiscal – pode ficar mais caro do que se imagina – e até de rentabilidade. Ou seja, há incertezas de várias naturezas, não só ambientais.