Manaus – Com o objetivo de protestar contra a construção da Usina de Belo Monte, representantes indígenas de nove países, que estão reunidos em Manaus para O Grande Encontro dos Povos Indígenas da Bacia Amazônica, organizaram um ato público que movimentou a programação do evento (D24am, 16.08.2011).
“Defenda a Amazônia. Pare Belo Monte”, dizia uma das faixas colocadas em um palco no Largo Mestre Chico, Avenida 7 de Setembro, na noite desta terça-feira (16).
Animados, os índios de etnias variadas, cantaram e dançaram para mostrar a diversidade cultural que existe entre esses povos. “Estamos aqui para marcar o posicionamento dos povos indígenas contra esses empreendimentos de morte”, falou Sônia Guajajara, vice-coordenadora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (COIAB) ao discursar para o público.
Segundo Sônia, o fato de as obras já terem iniciado não os impede de continuarem protestando. “Nós continuaremos, porque jamais vamos concordar com essa obra que vai trazer mortes, destruições e muitos desastres para os nossos povos. Manifestar contra Belo Monte hoje é manifestar também contra todos os empreendimentos que virão depois”, destacou.
O foco do manifesto era chamar a atenção para a questão das hidrelétricas que poderão ser construídas com o tempo, conforme informou Sônia. Mas a abertura de estradas também foi colocada em discussão.
Personagens importantes para a luta dos indígenas também compareceram no Largo Mestre Chico na noite de hoje. A primeira advogada índia, Joenia Wapichana, 37 anos, pertence ao Conselho Indígena de Roraima e veio participar do encontro com o intuito de ajudar seu povo a conquistar seus direitos.
“Nossos problemas e nossos interesses são os mesmos. Queremos a unificação e a implementação dos nossos direitos”, destacou a advogada, que pretende colocar em prática os conhecimentos adquiridos na faculdade para isso.
O Grande Encontro dos Povos Indígenas da Bacia Amazônica foi lançado na manhã desta segunda-feira (15), na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE). O encontro reuniu lideranças indígenas de nove países, que pretendem discutir e trazer propostas sobre mudanças climáticas e outros assuntos. A programação segue até o dia 18.