Margaridas contra grandes empreendimentos

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A marcha trouxe também a Brasília a luta das mulheres contra os grandes empreendimentos. Rosa Pessoa é do Movimento de Mulheres
de Altamira (PA). Ela e suas companheiras carregavam bandeiras contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (Cimi, 18.08.2011).

“Não há benefício nenhum com a usina, só coisas ruins para o nosso povo”, diz.

Em sua análise, Rosa avalia que além dos danos ao meio ambiente, povos indígenas, ribeirinhos e pescadores, Belo Monte atenta diretamente contra as mulheres. “Vemos um aumento grande de exploração sexual de mulheres e a tendência é piorar com o decorrer da construção da usina”, afirma.

Rosa avalia que não há desenvolvimento, mas retrocesso. Lembra do grande problema habitacional gerado apenas pelo fantasma da usina: a especulação imobiliária gerou o aumento de sem-tetos e de graves abismos sociais. Parte de Altamira será alagada e a outra ficará sob intenso caos social com o aumento populacional – estimado em 120 mil indivíduos.

“A Norte Energia não dá soluções ou cumpre as condicionantes. Não queremos a usina porque os impactos trarão grandes problemas. Estamos aqui contra Belo Monte”, encerra Rosa erguendo o mais alto que pode a bandeira símbolo do movimento contra a construção da usina.

O grito contra outro grande empreendimento, a transposição do rio São Francisco, partia de Cristina Nascimento através de um
megafone. Ligada ao Fórum de Mulheres de Pernambuco, ela acredita “que a transposição afeta populações originárias que são arrancadas de suas terras como se arranca uma planta do chão pela raiz”.

Cristina defende que a questão se trata de desrespeitar a ancestralidade de indígenas e quilombolas, um crime irreparável que fortalece questões estruturantes do capital, tais como o racismo, o preconceito, o machismo, a compreensão patriarcal da sociedade.

“Porque estamos falando de um modelo estruturado. Por isso é central combater a transposição e reivindicar o direito a sustentabilidade”, explica. Na esteira, Cristina defende que está a luta das mulheres em mandar no próprio corpo e nos rumos da vida.

Ela faz parte do grupo feminista de tetro de rua Loucas de Pedra Lilás. Com sede em Recife, as meninas (jovens, adultas e idosas) atuam no combate ao machismo e na defesa do feminismo com peças criativas ligadas à educação e conscientização dos direitos humanos – e de prazer – da mulher. Já se apresentaram em países da América Latina e do mundo. Na Cidade das Margaridas e durante a marcha, o grupo realizou performances e esquetes teatrais além de carregar uma imensa margarida.

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