Líder indígena do Xingu Vivo se reúne com CIDH nos EUA

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Sheyla Juruna em palestra na American University

A liderança indígena do Movimento Xingu Vivo para Sempre (MXVPS), Sheyla Yakarepi Juruna, está nos Estados Unidos para uma série de reuniões sobre Belo Monte com acadêmicos, políticos, ONGs e outras autoridades.

Na última sexta, 23, Sheyla se reuniu em Washington com representantes da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), que analisa uma petição das populações ameaçadas por Belo Monte contra o governo brasileiro. Durante a reunião,  os relatos sobre a situação de violações dos direitos dos indígenas, ribeirinhos e pequenos agricultores na região de Altamira, PA, levaram vários dos presentes às lágrimas, conta a advogada brasileira Maira Irigaray, que acompanhou as conversas. Sheyla reforçou as denúncias de que não foram realizadas as oitivas indígenas, como exige a Constituição nos casos de aproveitamentos hídricos que afetem terras indígenas, explicou que 40% das condicionantes da Licença Prévia da usina não foram cumpridas e pediu um posicionamento firme da CIDH sobre o caso.

Também na sexta, Sheyla se encontrou com a diretoria do Congresso Nacional de Indígenas Americanos (National Congress of American Indians, NCAI), a mais importante organização indígena dos EUA, composta por 500 povos diferentes dos Estados Unidos e do Alaska.  Além de afirmar seu apoio às lutas das populações do Xingu, a direção da NCAI elaborou uma declaração neste sentido, a ser apresentada na Convenção Anual da organização, que ocorre entre 30 de outubro e 4 de novembro.

Ainda na última semana, a representante do MXVPS fez uma palestra na American University, em Washington, e várias reuniões com entidades ambientalistas e de direitos humanos, além de conceder entrevistas para a TV ONU e o New York Times.

Esta semana, Sheyla fará mais duas palestras públicas para ONGs, políticos e acadêmicos em São Francisco. “Sabemos que a luta contra as barbaridades de Belo Monte são travadas no Brasil, são os brasileiros que não podem permitir mais este crime contra as populações indígenas e ribeirinhas do Xingu. Mas também achamos que a opinião pública internacional deve ser alertada do que acontece no nosso país, e quando somos convidados, estamos falando. Não é a toa que o ministro Edson Lobão [Minas e Energia] está vindo esta semana aos Estados Unidos para fazer propaganda enganosa nas universidades americanas, como anunciou a imprensa brasileira. Mas Se eles falam, nos também falamos, não vamos permitir que mintam impunemente”, afirma Sheyla.

De acordo com matéria do Estado de São Paulo no último sábado, 24, Edson Lobão estará nos EUA esta semana para defender a construção de usinas hidrelétricas, sobretudo a de Belo Monte, em universidades e com empresários. Segundo o jornal, os compromissos fazem parte de estratégia de contraponto do governo brasileiro às campanhas de ONGs internacionais contra a usina.

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