A presença da secretária se deu a partir da mobilização de agricultores contra a demarcação da área. O protesto já durava uma semana.Da reunião participaram colonos e representantes de entidades, autoridades de vários municípios e moradores de 15 vicinais localizadas na parte sul da Transamazônica, área onde deverá ser homologada a terra indígena.
Durante a presença da secretaria, o Deputado José Geraldo (PT) disse que todos estavam ali para “reivindicar do ministro da Justiça e da Presidência da República” a suspensão da demarcação da terra indígena. Aproveitou ainda para prometer (de novo), o asfaltamento da Transamazônica.
“Vou dizer uma coisa para vocês e aqui eu garanto. Nenhum cidadão, nenhuma cidadã, nenhum agricultor, nenhum agricultor vai sair desta terra. Nenhum. No meu governo, no governo do Presidente Lula e Dilma, que também é do Lula, não faz este tipo de coisa”, disse em meio a aplausos o deputado.
A secretária Regina Miki salientou querer pactuar alguns passos referentes à demarcação com os moradores da área da linha vermelha. Entre os pactos está a continuação da demarcação da terra para um levantamento fundiário e topográfico.Além disso, está sendo feito um levantamento de quantos moradores vivem na área. “Iremos demarcar para fazer um levantamento e saber quantas famílias, quantas localidades existem na área. Além disso, iremos fazer uma mesa de negociação entre o ministro da Justiça e os representantes que estiveram em Brasília para que daqui para frente possamos pactuar em conjunto. Vocês não serão retirados daqui desta área de imediato coisa nenhuma e oxalá cheguemos a um bom termo de que ninguém seja retirado daqui.”
O prefeito de Uruará, Eraldo Pimenta, ressaltou que existem “apenas” 81 índios para ocupar um área de 734 mil hectares de terras. Em compensação, são mais de mil famílias de agricultores que estão na área há cerca de 40 anos e que convivem pacificamente com os índios da etnia Arara.
Após a reunião com a secretária, os acampados que haviam passado uma semana a 20 metros do alojamento da Funai e dos policiais se retiraram do local. Eles esperam agora o prazo de 60 dias dado pela ministra, para apresentar o resultado do diagnóstico e as novas providências que serão tomadas.