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Colonos retomam área de grileiro em Anapu

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No último fim de semana, colonos do lote 96 da Gleba Bacajá, interior de Anapu (PA), retornaram a uma área que havia sido grilada pelo fazendeiro Antônio Peixoto, condenado na Justiça Federal a deixar, com seu gado, o lote invadido. A ação, que se deu de forma pacífica e tranquila, foi acompanhada pelo primeiro Núcleo Guardião da Volta Grande do Xingu para evitar qualquer conflito.

De acordo com lideranças locais, havia grande apreensão entre os agricultores porque, há pouco mais de um mês, em 12 de dezembro de 2019 um pistoleiro conhecido como Ceará havia ameaçado com tiros e xingamentos a família do presidente da Associação dos Moradores do Flamingo Sul, no km 80 da Transamazônica, e representante das comunidades dos lotes 96 e 97 da Gleba Bacajá, Erasmo Teófilo, que teve que ser retirado de Anapu por motivos de segurança.

Reversão da grilagem
De acordo com relatório do Ministério Público Federal, o lote 96, assim como os lotes 94 e 97 da Gleba Bacajá, se encontram em conflito pela posse e propriedade da terra envolvendo membros da família Peixoto desde o início dos anos 2010, com latentes indícios de grilagem de terras sobre áreas públicas, além de denúncias de ameaças, queima de casas e desmatamento ilegal.

Em meados de 2019, finalmente a Justiça Federal ordenou a saída de Peixoto do lote 96, estipulando dois meses para que ele vacine e retire o gado que criava nas terras griladas. Como o fazendeiro não cumpriu o prazo, foram outorgados mais 70 dias pelo juiz, que concedeu, para a vacinação dos animais, um curral que faz parte de um complexo onde também morava a família do agricultor Antonio Pereira de Souza. Souza e sua família foram obrigados a deixar o local, mas, transcorrido o segundo prazo, voltou para a área com apoio do Núcleo Guardião da Volta Grande do Xingu e da Associação dos Moradores do Flamingo Sul.

“O prazo para a saída do grileiro era 25 de janeiro. Depois disso, voltamos para a área, arrebentamos o cadeado que fechava a casa do Antonio, fotografamos tudo por dentro e por fora, e permanecemos no local por dois dias, para termos certeza de que tudo estava bem. Também consultamos as autoridades para nos certificar de que a volta da família do Antonio para sua casa era legal. Está tudo certo. Só lamentamos que, desde que foi retirado de sua casa, muitas coisas que tinha plantado, pés de fruta, roça, foram destruídos. Agora ele tem que começar tudo do zero”, explica um dos membros do Núcleo Guardião.

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