Neste sábado, dia 06 de novembro, Altamira faz 99 anos. O que o maior município do mundo em extensão territorial, com seus 160 mil km² de área, tem a comemorar neste seu aniversário?
Em junho de 2009, o município liderou o ranking do desmatamento na Amazônia, medido pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial, com 130 km2 de floresta derrubada. Em junho de 2010, Altamira voltou ocupar o posto de campeã de desmatamento do país.
Altamira tem problemas sérios com saneamento básico, lixo doméstico e hospitalar, pavimentação, educação, moradia e outros. A rede de esgoto dos bairros é destinada ao igarapé Altamira ou ao Porto seis (Orla do Cais), desembocando sem tratamento no rio Xingu, onde a Companhia de Saneamento do Pará capta a água para o abastecimento da cidade.
E agora, o fantasma de Belo Monte, que trará no seu rastro milhares de trabalhadores migrantes em busca de oportunidades de trabalho, ronda o município. O que será de Altamira? Em outubro, ao analisar os compromissos assumidos pelo governo e pelas empresas que querem fazer a usina, o Ministério Público Federal obteve documentos que comprovam que a situação relativa à saúde, educação e saneamento continua exatamente no “marco zero”, absolutamente nada foi feito desde que o Ibama concedeu a Licença Previa à obra sob a condição de que a cidade estaria preparada para seus impactos.
Assim, no aniversário de 99 anos de Altamira, movimentos e organizações sociais da cidade farão uma reflexão com a população: há algo a comemorar nesta data?
Apesar dos problemas estruturais urbanos e da devastação galopante das florestas, Altamira ainda tem um dos mais belos rios do Brasil, com uma das mais ricas biodiversidades, praias encantadoras e matas cheias de vida. A vibrante orla da cidade oferece lazer, cultura e diversão aos seus moradores. Até quando?
Nesta sexta, dia 05, uma caminhada pela cidade levará os vários questionamentos sobre o futuro aos altamirenses. A concentração acontece as 8h em frente à Prefeitura, e a marcha percorrerá as principais ruas da cidade, terminando na orla do cais, em frente ao escritório da Eletronorte.
A partir das 17h, será inaugurada uma exposição sobre as belezas do Xingu, seus povos e as ameaças da hidrelétrica de Belo Monte. Haverá banners informativos, fotos, vídeos, música local, reportagens sobre a região e a usina, e artesanato indígena, entre outros.
Organizam as atividades:
Movimento Xingu Vivo para Sempre
Prelazia do Xingu
Movimento dos Atingidos por Barragens
Conselho Indigenista Missionário
Instituto Socioambiental
MMCC
MMTA-CC
UJS
SINTEPP
Movimento Negro
Fundação Tocaia
Irmas FPCC
APIJUX km 17