A cidade de Altamira (PA), palco da maior obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), pediu à presidente Dilma Rousseff, ao Ibama e ao MPF (Ministério Público Federal) a suspensão das obras da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (Folha de São Paulo, 20.11.2011).
O maior município em extensão territorial do Brasil já começou a sentir os efeitos da migração em massa após o início da construção, há mais de quatro meses.
Segundo a Secretaria de Planejamento de Altamira, apenas 30% das obras prometidas pela Norte Energia, responsável pelo projeto, foram atendidas. São construções e ampliações de salas de aula e posto de saúde, além de um novo hospital.
As obras de saneamento, promessa feita quando da autorização para o início da obra, estão atrasadas.
“O que me tranquiliza é que a Licença de Instalação [que autorizou o início da obra] não é definitiva. Sou favorável, sim, se não atenderem [as exigências], que a licença seja suspensa”, disse a prefeita, Odileia Sampaio (PSDB). A prefeitura estima que mais de 7.000 pessoas tenham chegado a Altamira.
A eventual paralisação de Belo Monte pode comprometer ainda mais os prazos de construção da usina. Relatório da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) já indica atraso.
Essa migração afetou a rotina da cidade e já demanda vagas em escolas e atendimento médico. Altamira tem um hospital regional, que atende todos os municípios da Transamazônica.
O custo de vida para quem mora em Altamira disparou. “Um quartinho que custava R$ 250 agora custa R$ 500. Como uma pessoa que recebe salário mínimo pode pagar?”, questiona Odileia.
Nas frentes de obra, já trabalham mais de 4.500 trabalhadores. Até dezembro, o número pode chegar a 5.000 e a previsão é que só a obra exija 20 mil pessoas.
Altamira teme repetir a história de Porto Velho, capital de Rondônia. Apesar dos recursos repassados ao Estado, as obras das hidrelétricas de Jirau e de Santo Antônio não conseguiram alterar a precária situação dos sistemas de saúde, da educação e do saneamento da cidade.
NOVOS PRAZOS
Após o pedido de paralisação de Belo Monte, a prefeitura diz que conseguiu voltar a negociar com a Norte Energia um novo cronograma para o cumprimento das obras emergenciais.
“A Norte Energia não estava preparada para resolver os problemas. Parece que agora começa a se mexer”, diz o secretário de Planejamento de Altamira, Antônio Bortoli.
Procurada, a Norte Energia não confirmou essa renegociação de prazos, mas disse que respondeu a todos os pontos da carta.
Antes, o diretor de relações institucionais, João Pimentel, reconheceu que as obras de Belo Monte estão mais aceleradas do que aquelas previstas para readequar a infraestrutura da cidade.
“Isso é verdade, mas cada coisa tem seu ritmo. Belo Monte está sendo tocada por dez empreiteiras de altíssimo porte. Aqui, atrasa um pouco, tem dificuldade para a liberação de um terreno, tem invasão, tem a contratação da empreiteira local”, disse.
Veja o vídeo sobre o impacto de Belo Monte
folha.com/no1008607
Altamira pede suspensão de Belo Monte
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A belo monte esta trazendo p nossa região, uma inflação sem controle, ontem uma bandejinha d linguiça era R$ 8,00 agora R$29,00. O aluguel d R$ 500,00 passou p R$ 1.700,00, eh isto q este projeto esta trazendo. Quem esta rindo e debochando d população local: os especuladores, donos d imóveis, supermercados, entre outros. OU FAZEMOS UM MOVIMENTO PÚBLICO CONTRA O ABUSO FINANCEIRO, OU TEREMOS DE NOS MUDAR E DEIXAR O CONSORCIO CONSTRUTOR TOMAR CONTA DE NOSSA REGIÃO. Vamos começar um movimento público de rua, e já. Vamos p as ruas defender nossos direitos. No Brasil, o indice d aumento d aluguel foi d 7,46% em outubro, em Altamira eh d n minimo 120% até 1000%. Vamos fazer manifestações, vamos ao MPF.
Acho que devemos todos nós, brasileiros nos unirmos, sair ás ruas para impedir que isso aconteça!Vamos lá!!!!Vamos pintar a cara e pedir o fim dessa atrocidade!
O desenvolvimento global do país é uma necessidade e sempre será acompanhado de impacto ambiental adverso. Resta-nos avaliar os riscos pró e contra do emmpreendimento, envolvendo estudos técnicos, sustentabilidade e aspectos sociais, econômicos etc e posteriormente adequar aos interesses políticos nacionais. Só vi opiniões contra a implantação da Belo Monte. Necessito conhecer o controverso dos fatos (estudos e prognósticos) para opinar, principalmente quando se sabe que há fortíssimos interesses internacionais nessa área do Brasil.